Gabinetes organizados internamente
Seja organizado naquilo que você faz!
Seja profissional naquilo que você faz!
Nós técnicos em hardware – estou
dizendo técnicos e não mechânicos em hardware – quando abrimos os gabinetes dos
PCs que recebemos para a manutenção, deparamos com aquela bagunça dentro dos
mesmos, principalmente no que se refere aos cabos dos chicotes da fonte e os de
dados – cabos do drive de disquete, drive leitores de CD/DVD e cabo do HD, são
exemplos. É nesses momentos que pensamos em ligar para a polícia para acabar
com a bagunça toda.
Já peguei PCs com os dispositivos
internos todos soltos, tais como: HDs, drives de disquetes, leitores de CD/DVD,
e até mesmo placas-mãe soltas dentro dos respectivos gabinetes – sem os
respectivos parafusos ou parcialmente fixados.
Pior ainda quando a bagunça
dentro dos gabinetes envolvem as linhas que transportam as tensões de +3,3v,
+5v e +12 – principalmente essas duas – estão em contato direto com o
dissipador de calor do processador e, ou então, em contato direto com o
dissipador de calor do chipset North bridge (Ponte norte na placa-mãe).
Para mais detalhes sobre a
localização do chipset Norte bridge na placa-mãe basta ver nesta imagem acima,
a localização do mesmo e seu respectivo dissipador de calor.
Alguns chipsets esquentam tanto
que somente o dissipador de calor do chipset não da conta do recado, sendo
necessário fixar um mini-cooler sobre o respectivo dissipador – como exemplo, basta
ver a imagem abaixo.
Neste caso, se o cooler que
refrigera o dissipador de calor do processador parar de funcionar este ficará
bem quente a ponto de derreter o plástico isolante das linhas tensões de +3,3v,
+5v e +12v.
Isto também poderá acontecer com
o dissipador de calor do chipset North bridge caso ele esteja se aquecendo
demais. E de forma bem rápida, ocorrerá um curto-circuito entre essas linhas dessas
tensões e o dissipador de calor de alumínio que poderá queimar a placa-mãe, o processador,
módulos de memória e até mesmo a fonte de alimentação.
Outro grande problema que ocorre
com a bagunça dos cabos e respectivas linhas de tensões, mais os cabos que
transportam os dados entre o HD e a placa-mãe, por exemplo. É com relação aos campos
eletromagnéticos que serão gerados no interior dos gabinetes, e destes – caso
os mesmos não estejam aterrados –, serão propagados para outros equipamentos
próximos a eles, causando algum tipo de interferência elétrica e podendo gerar muitos
problemas.
Gaiola de Faraday
Como os gabinetes para PCs foram
projetados tendo por base a Gaiola de Faraday ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaiola_de_Faraday
e http://www.fis.unb.br/exper/prolego/eletro/gaiola.htm
). Ou seja, tem a função de isolar as interferências eletromagnéticas EXTERNAS
que chegam até o gabinete para que as mesmas não atinjam os dispositivos
internos dentro do mesmo.
E também, tem a mesma função de
isolar, mas aqui, para que as interferências eletromagnéticas geradas
INTERNAMENTE dentro do gabinete não atinjam equipamentos próximos aos PCs.
Como um exemplo dessas
interferências eletromagnéticas que são geradas INTERNAMENTE dentro dos
gabinetes de vários equipamentos eletro-eletrônicos – além dos gabinetes de PCs
–, basta colocar dois monitores do tipo CRT
(Cathodic Ray Tube ou Tubo de Raios Catódicos) ligados um próximo do outro para
percebemos nitidamente na tela dos mesmos as respectivas interferências que um
causa no outro.
Eletricidade “Estática”
Muitos já devem ter observados
que o pino “Terra” dos conectores macho 2P+T (2 Pólos mais o Terra) dos cabos
power de três fios (Fase/Neutro/Terra, para tensão de 127v; e Fase/Fase/Terra,
para tensão de 220v) utilizados em computadores (e ou outros dispositivos que
os exigem), é mais comprido que os outros dois pinos (veja a imagem abaixo).
O motivo disto é para se evitar
um curto-circuito dentro do computador entre a eletricidade que entra pelo cabo
power (Fase, na tensão de 127v; ou Fase/Fase na tensão de 220v) e a
eletricidade estática ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletricidade_est%C3%A1tica
). Eletricidade estática esta que se gera e se acumula em grande quantidade em
todos os componentes eletrônicos (capacitores, transistores, diodos, e muitos
outros) que se encontram no interior da fonte, na placa-mãe, no processador,
nos módulos de memória, na PCB (Print Circuit Board – Placa de circuito
impresso) do HD, etc., quando esses componentes estão energizados por longas horas
de uso.
Ou então, quando esses
componentes não são energizados por horas, ou seja, o computador fica desligado
por mais de 12 horas e, de forma brusca, se conecta o conector do cabo power na
fonte do PC. Ou ainda, quando técnicos (ou usuários) carregam – por meio de
suas mãos – os componentes com altas cargas eletrostáticas caso não se use a
pulseira anti-estática (veja a imagem abaixo, esquerda e link – http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-232404615-pulseira-anti-estatica-frete-gratis-_JM
) e não exista o aterramento elétrico.
OBS:
Caso o sistema elétrico que
alimenta o computador e outros equipamentos ligados a este mesmo sistema, tais
como: estabilizadores, nobreaks, filtro de linhas, monitores, etc., não esteja
aterrado, de nada adiantará o uso da pulseira anti-estática. Isto porque as
cargas elétricas estáticas existentes ficarão indo e vindo (em loop), ou seja,
do corpo da pessoa para a pulseira e desta para o gabinete, e o inverso também,
do gabinete para a pulseira e para o corpo da pessoa novamente. E provavelmente
com maior intensidade que a pessoa sentirá choques.
Também como prova disto, os novos
conectores power nos cabos power para HDs Serial ATA-SATA possuem os pinos de
contatos para os sinais “terra” mais compridos (veja a imagem abaixo, a direita,
marcados em verde). Neste caso, eles são os primeiros a entrarem em contatos
(ligados) e os últimos à serem desconectados (desligados), no momento em que se
conecta/desconecta um cabo HD Serial ATA nos mesmos.
Intensidade da eletricidade estática
O que é mais prejudicial para as
pessoas, podendo até matá-las ( http://www.brasilescola.com/fisica/corrente-eletrica.htm
), são as cargas de eletricidade (tensões) acompanhadas de corrente elétrica
(elétrons ativos). Já as cargas de eletricidade estáticas, por NÃO serem acompanhadas
de corrente elétrica, não são prejudiciais as pessoas como veremos nos estudos
da IBM.
Porém, as cargas de eletricidade
estáticas são extremamente prejudiciais aos equipamentos e dispositivos
eletro-eletrônicos, principalmente quando esses dispositivos são mais
complexos. Ou seja, possuem uma grande quantidade de componentes eletrônicos,
tais como: transistores, capacitores, resistores, diodos, varistores, cristais,
CI (Circuit Integrated, chip moderno que possui vários circuitos integrados
nele próprio) – é o caso dos microcomputadores, por exemplo.
Segundo estudos feitos nos
laboratórios da IBM, uma pessoa pode ficar carregada com até 12 mil volts de
eletricidade estática, quando ela anda normalmente por um longo período num
chão de vinil;
Pode ficar carregada com 18 mil
volts (ou mais) quando sentada numa cadeira de poliuretano, por longo tempo
Também pode ficar carregada com 35
mil volts (ou mais, umidade baixa do ambiente), quando a pessoa anda sobre um
carpete por um determinado período.
E esta alta intensidade da eletricidade
estática pode destruir (à curto ou a longo prazo) componentes dos computadores,
tais como: Módulos de memórias (principalmente estes quando em contato com as
mão ou objetos de metal carregados), circuitos dos HDs, e de todos os
dispositivos nos quais os “circuitos” (trilhas cobreadas ou terminais dos
componentes) que ficam expostos e que podem serem tocados com as mãos.
Ou ainda, por campos
eletromagnéticos que podem chegar até esses circuitos caso o ambiente onde se
encontram os dispositivos e os próprios não estejam devidamente aterrados.
O cabo Power dos computadores
Como é sabido por muitos, os
comutadores, as impressoras (algumas), monitores, estabilizadores, nobreaks e
muitos outros dispositivos eletroeletrônicos modernos, utilizam um tipo de cabo
power tipo Tripolar (tripla
polaridade) padrão internacional.
Este cabo power tripolar conta
com três fios condutores internamente e, geralmente – dependendo do fabricante
do produto de um determinado país –, na cor branca (para o Fase); preta
(para o Neutro); e Verde (para o
Terra – sinal de referência “0” , zero).
OBS:
Mais informações nesta imagem
acima. Nesta mesma imagem acima vemos que para o “Padrão Internacional” para as
cores dos fios são: Pino 1 (Fase), fio na cor Marrom (Brown); Pino 2 (Neutro),
fio na cor Azul claro (Light blue); e Pino 3 (Terra), fio na cor Verde/Amarela
(Green/Yellow). Confira os outros dois padrões nesta imagem acima.
Observar também nesta imagem
acima que o novo padrão adotado para as tomadas brasileiras, na verdade não tem
nada de novo, já que este padrão não é uma exclusividade do Brasil, ela já está
padronizada já há um bom tempo.
A imagem acima foi capturada do excelente
programa CableGui, versão 1.04 (de 2000), criado por Nestori Syynimaa. Como se
pode ver este padrão para tomadas já tem mais de 12 anos.
Portanto, tecnicamente falando,
nada mais certo que a rede elétrica que abastece – via dois fios condutores –
os dispositivos que utilizam cabos tripolares (um computador, por exemplo), este
cabo, partindo da rede mestra, também teria que ser do tipo “tripolar” – e
devidamente aterrado.
Observar também que o terceiro
pino (para o sinal terra) da tomada fêmea embutida na traseira da fonte de
alimentação dos computadores e monitores, por exemplo, (veja esta imagem abaixo), tem tripla função.
Ou seja, tomada esta onde se
conecta o conector macho do cabo power para a entrada da corrente elétrica que
irá alimentar a fonte, e esta, alimentará todo o sistema computacional. Nas
fontes este terceiro pino (Terra) desta tomada fêmea está ligado diretamente ao
chassi da fonte, e o chassi da fonte está ligado diretamente ao chassi do
gabinete, e a placa-mãe é ligada diretamente ao gabinete quando a fixamos com
parafuso.
Veja nesta imagem acima os dois fios
na cor verde (em destaque no interior da fonte) que é encarregado de levar
sinalização elétrica em excesso para o terra. Gabinetes sem aterramento
elétrico constantemente dão choques nos usuários.
Portanto, os equipamentos
(principalmente computadores e monitores) ao serem projetados e fabricados,
exigem um sistema de aterramento elétrico já quando saem das fábricas.
E a maior durabilidade, melhor estabilidade,
maior proteção para o computador todo e para todos os dados armazenados no HD
(ou HDs) e, principalmente, proteção contra choques se obtém quando se implanta
um bom sistema de aterramento elétrico – em especial, quando os
microcomputadores estão conectados em rede.
Interferências eletromagnéticas
De PCs para PCs e Pessoas
Onde existir a eletricidade
sempre existirá os campos eletromagnéticos – em menor ou em maior quantidade –
que afetarão tanto os próprios equipamentos que geram esses campos, e mais
ainda, os equipamentos e pessoas próximas a eles.
No caso dos PCs, por exemplo, as
placas-mãe só podem ser comercializadas depois que receberem estes selos: “CE”
e “FCC”. Essas duas siglas referem-se ao “CE” (Conformity European ou Liberado
para o mercado europeu) e ao “FCC” (Federal Communication Commission ou Órgão
de comunicação do governo dos Estados Unidos), respectivamente.
Todos os produtos que contarem
com esta especificação (CE) terão permissões para serem comercializados
livremente no mercado europeu, sem problema algum. TODAS as placas-mãe contam
com este selo (CE) – e outros selos também –, e caso não possuam o selo (CE) não
entram no mercado legalmente.
Já o “FCC” é o principal órgão do
governo dos Estados Unidos que está encarregado de analisar e fiscalizar o “EMI”
(Electromagnetic Maximum Interference ou algo como Interferência eletromagnética
máxima permitida), nos aparelhos eletrônicos para verificar quais os níveis de
interferências eletromagnéticas (ruídos elétricos) que são liberados pelos
mesmos.
Como se sabe, caso um determinado
aparelho eletroeletrônico libere altos níveis de ruídos elétricos, este
aparelho interferirá e prejudicará o funcionamento de aparelhos localizados
próximos à ele. Também foi o órgão “FCC” que limitou as taxas máximas de
conexões dos modems modernos em “57,6”
kbps sendo que as “portas seriais” (Portas COMunication) operam com 128 Kbps.
Além de fiscalizar o “EMI”, o
órgão internacional “FCC” também estabelece padrões (protocolos) para os níveis
de freqüências que podem ser utilizadas nas faixas de “10 KHz (10 mil Hertz até
1 GHz (1 bilhão de Hertz). Por meio deste endereço on-line do FCC ( http://www.fcc.gov/ ), encontra-se produtos de
inúmeros fabricantes que estão cadastrados neste órgão).
Como um exemplo de interferência
eletromagnética, em 1996, quando se ligava o meu 386/40 MHz a minha TV (uma
National a cores com recepção via antena parabólica VHS) não exibia as imagens.
Ou melhor, dizendo, exibia sim, mas imagens todas distorcidas e com linhas
horizontais rodando pela tela o tempo todo – até o meu vizinho chegou à reclamar
das interferências na sua TV.
Por:
Jkbyte
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