quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Gabinetes organizados internamente

Seja organizado naquilo que você faz!

Seja profissional naquilo que você faz!


Nós técnicos em hardware – estou dizendo técnicos e não mechânicos em hardware – quando abrimos os gabinetes dos PCs que recebemos para a manutenção, deparamos com aquela bagunça dentro dos mesmos, principalmente no que se refere aos cabos dos chicotes da fonte e os de dados – cabos do drive de disquete, drive leitores de CD/DVD e cabo do HD, são exemplos. É nesses momentos que pensamos em ligar para a polícia para acabar com a bagunça toda.
Já peguei PCs com os dispositivos internos todos soltos, tais como: HDs, drives de disquetes, leitores de CD/DVD, e até mesmo placas-mãe soltas dentro dos respectivos gabinetes – sem os respectivos parafusos ou parcialmente fixados.




Pior ainda quando a bagunça dentro dos gabinetes envolvem as linhas que transportam as tensões de +3,3v, +5v e +12 – principalmente essas duas – estão em contato direto com o dissipador de calor do processador e, ou então, em contato direto com o dissipador de calor do chipset North bridge (Ponte norte na placa-mãe).
Para mais detalhes sobre a localização do chipset Norte bridge na placa-mãe basta ver nesta imagem acima, a localização do mesmo e seu respectivo dissipador de calor.
Alguns chipsets esquentam tanto que somente o dissipador de calor do chipset não da conta do recado, sendo necessário fixar um mini-cooler sobre o respectivo dissipador – como exemplo, basta ver a imagem abaixo.
Neste caso, se o cooler que refrigera o dissipador de calor do processador parar de funcionar este ficará bem quente a ponto de derreter o plástico isolante das linhas tensões de +3,3v, +5v e +12v.
Isto também poderá acontecer com o dissipador de calor do chipset North bridge caso ele esteja se aquecendo demais. E de forma bem rápida, ocorrerá um curto-circuito entre essas linhas dessas tensões e o dissipador de calor de alumínio que poderá queimar a placa-mãe, o processador, módulos de memória e até mesmo a fonte de alimentação.
Outro grande problema que ocorre com a bagunça dos cabos e respectivas linhas de tensões, mais os cabos que transportam os dados entre o HD e a placa-mãe, por exemplo. É com relação aos campos eletromagnéticos que serão gerados no interior dos gabinetes, e destes – caso os mesmos não estejam aterrados –, serão propagados para outros equipamentos próximos a eles, causando algum tipo de interferência elétrica e podendo gerar muitos problemas.

Gaiola de Faraday
Como os gabinetes para PCs foram projetados tendo por base a Gaiola de Faraday ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaiola_de_Faradayhttp://www.fis.unb.br/exper/prolego/eletro/gaiola.htm ). Ou seja, tem a função de isolar as interferências eletromagnéticas EXTERNAS que chegam até o gabinete para que as mesmas não atinjam os dispositivos internos dentro do mesmo.
E também, tem a mesma função de isolar, mas aqui, para que as interferências eletromagnéticas geradas INTERNAMENTE dentro do gabinete não atinjam equipamentos próximos aos PCs.




Como um exemplo dessas interferências eletromagnéticas que são geradas INTERNAMENTE dentro dos gabinetes de vários equipamentos eletro-eletrônicos – além dos gabinetes de PCs –, basta colocar dois monitores do tipo CRT (Cathodic Ray Tube ou Tubo de Raios Catódicos) ligados um próximo do outro para percebemos nitidamente na tela dos mesmos as respectivas interferências que um causa no outro.

Eletricidade “Estática”
Muitos já devem ter observados que o pino “Terra” dos conectores macho 2P+T (2 Pólos mais o Terra) dos cabos power de três fios (Fase/Neutro/Terra, para tensão de 127v; e Fase/Fase/Terra, para tensão de 220v) utilizados em computadores (e ou outros dispositivos que os exigem), é mais comprido que os outros dois pinos (veja a imagem abaixo).
O motivo disto é para se evitar um curto-circuito dentro do computador entre a eletricidade que entra pelo cabo power (Fase, na tensão de 127v; ou Fase/Fase na tensão de 220v) e a eletricidade estática ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletricidade_est%C3%A1tica ). Eletricidade estática esta que se gera e se acumula em grande quantidade em todos os componentes eletrônicos (capacitores, transistores, diodos, e muitos outros) que se encontram no interior da fonte, na placa-mãe, no processador, nos módulos de memória, na PCB (Print Circuit Board – Placa de circuito impresso) do HD, etc., quando esses componentes estão energizados por longas horas de uso.
Ou então, quando esses componentes não são energizados por horas, ou seja, o computador fica desligado por mais de 12 horas e, de forma brusca, se conecta o conector do cabo power na fonte do PC. Ou ainda, quando técnicos (ou usuários) carregam – por meio de suas mãos – os componentes com altas cargas eletrostáticas caso não se use a pulseira anti-estática (veja a imagem abaixo, esquerda e link – http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-232404615-pulseira-anti-estatica-frete-gratis-_JM ) e não exista o aterramento elétrico.





OBS:
Caso o sistema elétrico que alimenta o computador e outros equipamentos ligados a este mesmo sistema, tais como: estabilizadores, nobreaks, filtro de linhas, monitores, etc., não esteja aterrado, de nada adiantará o uso da pulseira anti-estática. Isto porque as cargas elétricas estáticas existentes ficarão indo e vindo (em loop), ou seja, do corpo da pessoa para a pulseira e desta para o gabinete, e o inverso também, do gabinete para a pulseira e para o corpo da pessoa novamente. E provavelmente com maior intensidade que a pessoa sentirá choques.
Também como prova disto, os novos conectores power nos cabos power para HDs Serial ATA-SATA possuem os pinos de contatos para os sinais “terra” mais compridos (veja a imagem abaixo, a direita, marcados em verde). Neste caso, eles são os primeiros a entrarem em contatos (ligados) e os últimos à serem desconectados (desligados), no momento em que se conecta/desconecta um cabo HD Serial ATA nos mesmos.

Intensidade da eletricidade estática
O que é mais prejudicial para as pessoas, podendo até matá-las ( http://www.brasilescola.com/fisica/corrente-eletrica.htm ), são as cargas de eletricidade (tensões) acompanhadas de corrente elétrica (elétrons ativos). Já as cargas de eletricidade estáticas, por NÃO serem acompanhadas de corrente elétrica, não são prejudiciais as pessoas como veremos nos estudos da IBM.
Porém, as cargas de eletricidade estáticas são extremamente prejudiciais aos equipamentos e dispositivos eletro-eletrônicos, principalmente quando esses dispositivos são mais complexos. Ou seja, possuem uma grande quantidade de componentes eletrônicos, tais como: transistores, capacitores, resistores, diodos, varistores, cristais, CI (Circuit Integrated, chip moderno que possui vários circuitos integrados nele próprio) – é o caso dos microcomputadores, por exemplo.
Segundo estudos feitos nos laboratórios da IBM, uma pessoa pode ficar carregada com até 12 mil volts de eletricidade estática, quando ela anda normalmente por um longo período num chão de vinil;
Pode ficar carregada com 18 mil volts (ou mais) quando sentada numa cadeira de poliuretano, por longo tempo
Também pode ficar carregada com 35 mil volts (ou mais, umidade baixa do ambiente), quando a pessoa anda sobre um carpete por um determinado período.



E esta alta intensidade da eletricidade estática pode destruir (à curto ou a longo prazo) componentes dos computadores, tais como: Módulos de memórias (principalmente estes quando em contato com as mão ou objetos de metal carregados), circuitos dos HDs, e de todos os dispositivos nos quais os “circuitos” (trilhas cobreadas ou terminais dos componentes) que ficam expostos e que podem serem tocados com as mãos.
Ou ainda, por campos eletromagnéticos que podem chegar até esses circuitos caso o ambiente onde se encontram os dispositivos e os próprios não estejam devidamente aterrados.

O cabo Power dos computadores
Como é sabido por muitos, os comutadores, as impressoras (algumas), monitores, estabilizadores, nobreaks e muitos outros dispositivos eletroeletrônicos modernos, utilizam um tipo de cabo power tipo Tripolar (tripla polaridade) padrão internacional.



Este cabo power tripolar conta com três fios condutores internamente e, geralmente – dependendo do fabricante do produto de um determinado país –, na cor branca (para o Fase); preta (para o Neutro); e Verde (para o Terra – sinal de referência “0, zero).

OBS:
Mais informações nesta imagem acima. Nesta mesma imagem acima vemos que para o “Padrão Internacional” para as cores dos fios são: Pino 1 (Fase), fio na cor Marrom (Brown); Pino 2 (Neutro), fio na cor Azul claro (Light blue); e Pino 3 (Terra), fio na cor Verde/Amarela (Green/Yellow). Confira os outros dois padrões nesta imagem acima.
Observar também nesta imagem acima que o novo padrão adotado para as tomadas brasileiras, na verdade não tem nada de novo, já que este padrão não é uma exclusividade do Brasil, ela já está padronizada já há um bom tempo.
A imagem acima foi capturada do excelente programa CableGui, versão 1.04 (de 2000), criado por Nestori Syynimaa. Como se pode ver este padrão para tomadas já tem mais de 12 anos.

Portanto, tecnicamente falando, nada mais certo que a rede elétrica que abastece – via dois fios condutores – os dispositivos que utilizam cabos tripolares (um computador, por exemplo), este cabo, partindo da rede mestra, também teria que ser do tipo “tripolar” – e devidamente aterrado.
Observar também que o terceiro pino (para o sinal terra) da tomada fêmea embutida na traseira da fonte de alimentação dos computadores e monitores, por exemplo, (veja esta imagem abaixo), tem tripla função.




Ou seja, tomada esta onde se conecta o conector macho do cabo power para a entrada da corrente elétrica que irá alimentar a fonte, e esta, alimentará todo o sistema computacional. Nas fontes este terceiro pino (Terra) desta tomada fêmea está ligado diretamente ao chassi da fonte, e o chassi da fonte está ligado diretamente ao chassi do gabinete, e a placa-mãe é ligada diretamente ao gabinete quando a fixamos com parafuso.
Veja nesta imagem acima os dois fios na cor verde (em destaque no interior da fonte) que é encarregado de levar sinalização elétrica em excesso para o terra. Gabinetes sem aterramento elétrico constantemente dão choques nos usuários.
Portanto, os equipamentos (principalmente computadores e monitores) ao serem projetados e fabricados, exigem um sistema de aterramento elétrico já quando saem das fábricas.
E a maior durabilidade, melhor estabilidade, maior proteção para o computador todo e para todos os dados armazenados no HD (ou HDs) e, principalmente, proteção contra choques se obtém quando se implanta um bom sistema de aterramento elétrico – em especial, quando os microcomputadores estão conectados em rede.

Interferências eletromagnéticas

De PCs para PCs e Pessoas

Onde existir a eletricidade sempre existirá os campos eletromagnéticos – em menor ou em maior quantidade – que afetarão tanto os próprios equipamentos que geram esses campos, e mais ainda, os equipamentos e pessoas próximas a eles.
No caso dos PCs, por exemplo, as placas-mãe só podem ser comercializadas depois que receberem estes selos: “CE” e “FCC”. Essas duas siglas referem-se ao “CE” (Conformity European ou Liberado para o mercado europeu) e ao “FCC” (Federal Communication Commission ou Órgão de comunicação do governo dos Estados Unidos), respectivamente.
Todos os produtos que contarem com esta especificação (CE) terão permissões para serem comercializados livremente no mercado europeu, sem problema algum. TODAS as placas-mãe contam com este selo (CE) – e outros selos também –, e caso não possuam o selo (CE) não entram no mercado legalmente.
Já o “FCC” é o principal órgão do governo dos Estados Unidos que está encarregado de analisar e fiscalizar o “EMI” (Electromagnetic Maximum Interference ou algo como Interferência eletromagnética máxima permitida), nos aparelhos eletrônicos para verificar quais os níveis de interferências eletromagnéticas (ruídos elétricos) que são liberados pelos mesmos.
Como se sabe, caso um determinado aparelho eletroeletrônico libere altos níveis de ruídos elétricos, este aparelho interferirá e prejudicará o funcionamento de aparelhos localizados próximos à ele. Também foi o órgão “FCC” que limitou as taxas máximas de conexões dos modems modernos em “57,6” kbps sendo que as “portas seriais” (Portas COMunication) operam com 128 Kbps.
Além de fiscalizar o “EMI”, o órgão internacional “FCC” também estabelece padrões (protocolos) para os níveis de freqüências que podem ser utilizadas nas faixas de “10 KHz (10 mil Hertz até 1 GHz (1 bilhão de Hertz). Por meio deste endereço on-line do FCC ( http://www.fcc.gov/ ), encontra-se produtos de inúmeros fabricantes que estão cadastrados neste órgão).
Como um exemplo de interferência eletromagnética, em 1996, quando se ligava o meu 386/40 MHz a minha TV (uma National a cores com recepção via antena parabólica VHS) não exibia as imagens. Ou melhor, dizendo, exibia sim, mas imagens todas distorcidas e com linhas horizontais rodando pela tela o tempo todo – até o meu vizinho chegou à reclamar das interferências na sua TV.

                                                                                                 Por: Jkbyte

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